O que o autoritarismo é … e não é:∗ uma perspectiva prática

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18

p>Dahl referiu-se a estes como condições para a ‘poliarquia’, usando o termo ‘democracia’ para se referir a um ideal muito mais exigente, que não é provável que alguma vez venha a ser alcançado na realidade. Ver Robert Dahl, Polyarchy: participation and opposition (New Haven, CT: Yale University Press, 1971), p. 3.

19

p>Jason Brownlee, ‘Authoritarianism after 1989’, Harvard International Review 31: 4, 2010, p. 47.

20

p>Steven Levitsky and Lucan Way, Competitive authoritarianism: hybrid regimes after the Cold War (New York: Cambridge University Press, 2010), pp. 6, 5.

21

Cheibub et al.., ‘Democracia e ditadura’, p. 71.

22

p>Geddes et al.., ‘Autocratic breakdown’, p. 315.

23

Neste aspecto, desviam-se de Schumpeter, que se absteve explicitamente da ideia de que a democracia tinha algo a ver ou com o facto de as demos terem voz, ou com a realização de preferências colectivas, e também de Przeworski, que entende que a democracia constitui um procedimento não violento para regular os conflitos sociais, não mais. Ver Adam Przeworksi, ‘Minimalist conception of democracy: a defense’, em Ian Shapiro e Casiano Hacker-Cordon, eds, Democracy’s value (Cambridge: Cambridge University Press, 1999), pp. 23-55.

24

Ver, por exemplo Colin Hay, Why we hate politics (Cambridge: Polity, 2007); Pippa Norris, Democratic deficit: critical citizens revisited (Cambridge: Cambridge University Press, 2011); Russell Dalton, Citizen politics: public opinion and political parties in advanced industrial democracies (Washington DC: CQ Press, 2013).

25

p>Francesco Cavatorta, ‘The convergence of governance: upgrading authoritarianism in the Arab world and downgradading democracy elsewhere?’, Middle East Critique 19: 3, 2010, pp. 217-32; Andrea Teti e Andrea Mura, ‘Convergent (il)liberalism in the Mediterranean? Algumas notas sobre o (pós)autoritarismo egípcio e a (pós)democracia italiana”, Estudos Urbanos e Regionais Europeus 20: 1, 2013, pp. 120-27.

27

p>Schmitter e Karl, ‘What democracy is … and is not’, p. 76.

28

Philippe Schmitter, ‘The ambiguous virtues of accountability’, Journal of Democracy 15: 4, 2004, p. 59 n.1.

29

Anne Marie Choup, ‘Changing norms of accountability: opportunities for democratic change’, Politics 30: 3, 2010, pp. 160-67; Edmund Malesky e Paul Schuler, ‘Nodding or needling: analyzing deleggate responsiveness in an authoritarian parliament’, American Political Science Review 104: 3, 2000, pp. 482-502; Lily Tsai, Accountability without democracy (Cambridge: Cambridge University Press, 2007).

30

p>Ver, por exemplo Jan Aart Scholte, ‘Civil society and the legitimation of global governance’, Journal of Civil Society 3: 3, 2007, pp. 305-26; Marlies Glasius, ‘Does the involvement of global civil society make international decision-making more democratic?’, Journal of Civil Society 4: 1, 2008, pp. 43-60; Adrienne Héritier e Dirk Lehmkuhl, ‘New modes of governance and democratic accountability’, Government and Opposition 46: 1, 2011, pp. 126-44; Matthias Koenig-Archibugi e Kate Macdonald, ‘Accountability-by-proxy in transnational non state governance’, Governance 26: 3, 2013, pp. 499-522.

31

p>Harry Eckstein e Ted Gurr, Patterns of authority: a structural basis for comparative inquiry (Nova Iorque: Wiley, 1975).

32

Robert Dahl, Prefácio a uma teoria democrática (Chicago: University of Chicago Press, 1956), pp. 2, 48.

33

David Held, ‘The transformation of political community’, em Robert Dahl, Ian Shapiro e Jose Antonio Cheibub, eds, The democracy sourcebook (Cambridge, MA: MIT Press, 2003), p. 519.

34

Held, ‘The transformation of political community’, p. 521.

35

p>Ver, por exemplo John Ruggie, Constructing the world polity (Londres: Routledge, 1998); Robert Keohane, Power and governance in a partially globalized world (Londres: Routledge, 2002); Liesbeth Hooghe e Gary Marks, ‘Unraveling the central state, but how?’, American Political Science Review 97: 2, 2003, pp. 233-43; John Dryzek, Deliberative global politics (Cambridge: Cambridge University Press, 2006).

36

Emanuel Adler e Vincent Pouliot, ‘International practices’, International Theory 3: 1, 2011, p. 5.

37

p>Theodore Schatzki, ‘Introduction: practice theory’, em Theodore Schatzki, Karin Knorr Cetina e Eike von Savigny, eds, The practice turn in contemporary theory (Londres: Routledge, 2001), pp. 15, 14.

38

Schatzki, ‘Introduction’, p. 14.

40

p>H.R.5949-FISA Amendments Act Reauthorization Act of 2012, https://www.congress.gov/bill/112th-congress/house-bill/5949.

41

p>Nick Hopkins, ‘UK gathering secret intelligence via covert NSA operation’, Guardian, 7 de Junho de 2013; Philip Dorling, ‘Australia gets “deluge” of US secret data, prompting a new data facility’, Sydney Morning Herald, 13 de Junho de 2013; Philip Dorling, ‘Snowden reveals Australia’s links to US spy web’, Sydney Morning Herald, 8 de Julho de 2013.

42

p>Ver Marlies Glasius e Marcus Michaelsen, ‘Illiberal and authoritarian practices in the digital sphere’, International Journal of Communications, 2018 (a publicar), para uma discussão mais extensa da vigilância dos ANS como uma prática digital.

43

p>Schatzki, ‘Practice Mind-ed Orders’, in Schatzki et al, eds, The practice turn, p. 61.

44

Uma excepção é Natalie Koch, ‘Sport and soft autoritarian nation-building’, Political Geography 13, 2013, pp. 42-51.

45

Rachel Stern e Kevin O’Brien, ‘Politics at the boundary: mixed signals and the Chinese state’, China Moderna 38: 2, 2012, p. 191. Ver também Kevin O’Brien e Lianjiang Li, Rightful resistance in rural China (Cambridge: Cambridge University Press, 2006), p. 66.

46

Dan Slater e Sofia Fenner, ‘State power and staying power: infrastructure mechanisms and authoritarian durability’, Journal of International Affairs 65: 1, p. 26.

47

p>Steven Heydemann and Reinoud Leenders, eds, Middle East authoritarianisms: governance, contestation, and regime resilience in Syria and Iran (Stanford, CA: Stanford University Press, 2013), p. 5.

48

Mark Bovens, ‘Analysing and assessing accountability: a conceptual framework’, European Law Journal 13: 4, 2007, p. 450.

49

p>Jennifer Rubenstein, ‘Accountability in an desigual world’, Journal of Politics 69: 3, 2007, pp. 620-21 (ênfase no original).

50

Bovens, ‘Analysing and assessing accountability’, pp. 463-6.

51

Desejo agradecer a um dos revisores anónimos pela formulação deste ponto.

52

p>Ver, por exemplo, Marcus Michaelsen, ‘Sair e voz na era digital’, pp. 248-64; Dana Moss, ‘Os laços que ligam’, pp. 265-82; Nicole Hirt e Abdulkader Saleh Mohamed, ‘By way of patriotism, coertion, or instrumentalization’, pp. 232-47, tudo em Globalizações 15: 2; também a base de dados dos Exilados Políticos da Ásia Central, https://excas.net/exiles/.

53

p>Ver Amy Gutmann e Dennis Thompson, Democracia e Desacordo (Cambridge, MA: Harvard University Press, 1998), pp. 95-127.

54

p>Senate Select Committee on Intelligence, estudo do comité do programa de detenção e interrogatório da Central Intelligence Agency, pp. 5-7, 437-54, 462-99.

55

‘Trump: Clinton não pode ganhar na Pensilvânia a menos que haja batota’, NBC News, 12 de Agosto de 2016; Ellen Powell, ‘Fact check: estão os imigrantes ilegais a ser deixados entrar nos EUA para votar contra Trump?’, Christian Science Monitor, 7 de Outubro de 2016. No artigo de investigação mal interpretado por detrás das alegações, ver Maggie Koerth-Baker, ‘The tangled story behind Trump’s false claims of voter fraud’, fivethirtyeight.com, 11 May 2017, https://fivethirtyeight.com/features/trump-noncitizen-voters.

56

Robert Farley, ‘Fact check: Trump sticks with bogus voter fraud claims’, USA Today, 27 Nov. 2016; David Smith e Ben Jacobs, ‘Trump plans “major investigation into voter fraud” amid in groundless claims’, Guardian, 25 Jan. 2017.

57

‘White House defends Trump’s voter fraud claim’, BBC News, 24 Jan. 2017.

58

‘This Week transcript 2-12-17: Stephen Miller, Bob Ferguson, e Rep. Elijah Cummings’, ABC News, 12 Fev. 2017.

59

Julie Hirschfeld Davis, ‘Trump pick picker voter ID advocate for election fraud panel’, New York Times, 11 Mai 2017. A comissão de investigação foi dissolvida em Janeiro de 2018.

60

p>Centro de Estudos dos Meios de Comunicação e da Comunicação, leis húngaras dos meios de comunicação social na Europa: uma avaliação da consistência das leis húngaras dos meios de comunicação social com as práticas e normas europeias (Budapeste, 2012). Inicialmente, a lei aplicava-se a todos os meios de comunicação social; os meios de comunicação social impressos e em linha foram excluídos sob pressão da UE. Ver Gabor Polyak, ‘Contexto, regras e práxis das novas leis dos meios de comunicação social húngaros’, em Armin von Bogdandy e Pal Sonnevend, eds, Constitutional crisis in the European Constitutional area (Oxford: Hart, 2015), pp. 125-50.

61

p>’Os peritos em direitos da ONU instam a Índia a revogar a lei que restringe o acesso das ONG a financiamentos estrangeiros cruciais’, comunicado de imprensa, Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Genebra, 16 de Junho de 2016; Vidhi Doshi, ‘Índia acusada de amordaçar as ONG ao bloquear o financiamento estrangeiro’, Guardian, 26 de Novembro. 2016.

62

p>Javier Corrales, ‘Autocratic legalism in Venezuela’, Journal of Democracy 26: 2, 2015, pp. 37-51.

63

p>Fareed Zakaria, ‘Rise of illiberal democracy’, Foreign Affairs 76: 6, 1997, p. 26.

64

p>p>See e.g. Mikael Wigell, ‘Mapping “hybrid regimes”: tipos de regimes e conceitos em política comparativa’, Democratization 15: 2, 2008, pp. 230-50; Sheri Berman, “The pipe dream of undemocratic liberalism”, Journal of Democracy 28: 3, 2017, pp. 29-38.

65

Danilo Andres Reyes, ‘The spectacle of violence in Duterte’s “war on drugs”, Journal of Current Southeast Asian Affairs 3, 2016, pp. 111-37.

66

Jan-Werner Müller, O que é o populismo? (Filadélfia: University of Pennsylvania Press, 2016), pp. 3, 20. Ver também Ivan Krastev, ‘The unraveling of the post-1989 order’, Journal of Democracy 27: 4, 2016, pp. 88-98. Krastev aparece por vezes para equiparar o iliberalismo ao populismo.

67

p>Hannah Arendt, The origins of totalitarianism (Nova Iorque: Harcourt, 1951); Karl Popper, The open society and its enemies (Londres: Routledge, 1945); Linz, Totalitarian and authoritarian regimes; Guillermo O’Donnell, Modernization and bureaucratic-authoritarianism: studies in South American politics (Berkeley: Instituto de Estudos Internacionais, Universidade da Califórnia, 1973).

68

p>Ver por exemplo Giorgio Agamben, Estado de excepção (Chicago: University of Chicago Press, 2005); Didier Bigo e Anastassia Tsoukala, eds, Terror, insegurança e liberdade: práticas iliberais de regimes liberais após o 11 de Setembro (Oxford: Routledge, 2008). A abordagem prática permanece agnóstica quanto a saber se a securitização é a causa ou apenas a justificação destas práticas, ou ambas de uma só vez.

Notas do autor

p> Esta investigação foi apoiada pelo projecto “Authoritarianism in a Global Age”, (http://www.authoritarianism-global.uva.nl/), financiado pelo Conselho Europeu de Investigação (FP7/2007-2013), . Quero agradecer aos meus colegas da Universidade de Amesterdão e a três revisores anónimos pelos seus comentários atenciosos e encorajadores. Versões anteriores deste artigo foram apresentadas na Primeira Conferência da Rede IDCAR, Hamburgo, 17-19 de Dezembro de 2014, no Workshop “International Dimensions of Authoritarian Rule”, Junho de 2015, no King’s College London, no departamento de investigação Democracia e Democratização do Wissenschaftszentrum Berlin, 29 de Junho de 2015, e no seminário “Authoritarianism from Afar”, CERI-Sciences Po, 7 de Julho de 2017. Gostaria de agradecer a todos os participantes e aos participantes pelos seus comentários úteis.
© O(s) Autor(es) 2018. Publicado pela Oxford University Press em nome do The Royal Institute of International Affairs.
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