A. Normalmente pensamos no bocejo como um sinal de sonolência ou tédio, mas os especialistas dizem que essa não é a história toda. É verdade que tendemos a bocejar à hora de dormir, mas também bocejamos de manhã, quando acordamos. Os atletas bocejam antes de competirem – não um tempo associado ao tédio ou ao tédio. E bocejamos em resposta a ver outra pessoa bocejar, mesmo que não estejamos com sono ou aborrecidos.
O bocejar é uma acção semi-voluntária – em parte um reflexo – que está sob o controlo de vários neurotransmissores numa parte do cérebro chamada hipotálamo. Todos os vertebrados bocejam, e nos humanos, o bocejo começa logo 12 semanas após a sua concepção. Sabemos que o bocejo distribui surfactante, um bioquímico que reveste minúsculos sacos aéreos (alvéolos) nos pulmões, ajudando a mantê-los abertos. Assim, o bocejo em fetos pode ajudar a prepará-los para a vida fora do útero.
Uma nova teoria é que o bocejo arrefece o cérebro, ajudando a mantê-lo à temperatura certa para uma função óptima. Num estudo antigo da revista Evolutionary Psychology, os investigadores relataram que os sujeitos que arrefeciam o cérebro respirando através do nariz ou segurando pacotes frios na testa – estratégias comprovadas de arrefecimento cerebral – tinham menos probabilidades de bocejar quando mostravam vídeos de outras pessoas bocejando.
Não há explicação definitiva para bocejar durante o exercício. Talvez os seus alvéolos precisem de um impulso para se manterem abertos. Ou talvez o seu cérebro precise de arrefecimento para se manter alerta. Ou pode ser simplesmente um reflexo. Seja qual for o caso, provavelmente não há razão para se preocupar, e deve acompanhar o seu exercício aeróbico.
– Celeste Robb-Nicholson, M.D., Ex-Editora-chefe, Harvard Women’s Health Watch